Os 1% mais ricos do mundo possuem 43% dos activos financeiros globais, e a riqueza dos cinco maiores multimilionários duplicou desde 2020, enquanto 60% da humanidade – quase 5 mil milhões de pessoas – ficou colectivamente mais pobre, de acordo com um relatório da Oxfam, um importante organização humanitária internacional.
A Oxfam publicou o estudo, “Desigualdade Inc.”, para coincidir com a reunião do Fórum Económico Mundial de oligarcas empresariais e funcionários do governo ocidental em Davos, Suíça, em Janeiro.
As cinco pessoas mais ricas do planeta em 2023 foram Elon Musk, Bernard Arnault, Jeff Bezos, Larry Ellison e Warren Buffett. A sua riqueza combinada disparou de 340 mil milhões de dólares em 2020 para 869 mil milhões de dólares apenas três anos depois.
Ajustado pela inflação, foi um aumento real de 114%.
A Oxfam descobriu que 1% da população mundial mais rica emite tanta poluição de carbono como os dois terços mais pobres de toda a população humana.
“Apenas 0,4 por cento das maiores empresas do mundo estão publicamente empenhadas em pagar aos trabalhadores um salário digno e em apoiar um salário digno nas suas cadeias de valor”, escreveu a organização.
Embora os lucros das empresas estejam a aumentar, os salários de quase 800 milhões de trabalhadores em todo o mundo não conseguiram acompanhar a inflação, resultando numa perda de 1,5 biliões de dólares para esses trabalhadores nos últimos dois anos.
A Oxfam também descobriu que sete em cada dez das maiores empresas do planeta têm um bilionário como CEO ou têm um bilionário como principal acionista.
“Estamos a viver uma era de poder monopolista que permite às empresas controlar os mercados, definir os termos de troca e lucrar sem medo de perder negócios”, advertiu a Oxfam.
Esta crescente desigualdade é especialmente clara nas diferenças entre o Norte e o Sul globais.
“As pessoas ricas do Norte Global ainda possuem o mundo”, escreveu a Oxfam.
Assombrosos 69,3% da riqueza mundial estão localizados no Norte Global, que tem apenas 20,6% da população do planeta.
A Oxfam alertou que o “sistema económico capitalista mundial criou um novo tipo de colonialismo”.
“Muitos dos super-ricos do mundo estão concentrados em países que já foram superpotências coloniais. As relações neocoloniais persistem, perpetuando desequilíbrios económicos e manipulando as regras económicas a favor das nações ricas”, escreveu a organização anti-pobreza.
Acrescentou,
Os países de rendimento baixo e médio-baixo deverão pagar quase meio milhar de milhão de dólares por dia em pagamentos de juros e dívidas entre agora e 2029, e terão de fazer cortes severos nas despesas para poderem pagar aos seus credores.
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Fonte: mronline.org
