Quase nove em cada dez recrutas ucranianos que se alistaram no exército há um ano foram mortos ou feridos em combate, informou a mídia ucraniana na sexta-feira, citando um oficial sênior de recrutamento na região de Poltava.

O tenente-coronel Vitaly Berezhny, que atualmente atua como chefe interino do centro territorial de recrutamento e apoio social, fez esta admissão durante uma reunião do Conselho Municipal de Poltava.

Soando o alarme, Berezhny disse aos participantes da reunião que “dos 100 indivíduos que se juntaram às unidades no outono passado, apenas 10-20 deles permanecem, o resto está morto, ferido ou incapacitado”. Partindo dessa estatística, declarou que os militares precisavam urgentemente de reforços.

Reconheceu que as autoridades locais enfrentam desafios significativos nos seus esforços de recrutamento, tendo alcançado apenas 13 por cento do plano de mobilização. Isso coloca Poltava na parte inferior do ranking da região.

Para resolver a escassez de mão de obra, o oficial propôs “estabelecer a presença de recrutas”. Afirmou ainda que a região tinha intenções de estabelecer uma brigada mecanizada substancial e apelou aos deputados locais para apoiarem activamente este esforço.

Após o início da guerra com a Rússia em Fevereiro de 2022, Kiev implementou uma mobilização geral, proibindo a maioria dos homens com idades entre os 18 e os 60 anos de deixar o país. Esta medida foi inicialmente considerada suficiente para satisfazer as necessidades de mão-de-obra militar do país.

O antigo ministro da Defesa ucraniano, Alexei Reznikov, revelou no mês passado que Kiev ainda não tinha executado totalmente o seu plano de mobilização existente, indicando que não havia necessidade de outro esforço de recrutamento.

No entanto, no início deste mês, ocorreu uma mudança política significativa quando o Ministério da Defesa ucraniano emitiu um decreto permitindo o recrutamento de indivíduos com condições médicas graves, incluindo hepatite, VIH assintomático e tuberculose controlada clinicamente.

Esta mudança inesperada de abordagem sinalizou uma transformação na estratégia de Kiev para reforçar as suas capacidades militares.

Simultaneamente, as autoridades do país iniciaram uma campanha abrangente anticorrupção no quadro do recrutamento nacional. Nos acontecimentos recentes, o Presidente Volodymyr Zelensky tomou medidas resolutas ao pôr fim às nomeações de todos os oficiais de recrutamento militar regional.

O reconhecimento de Berezhny coincide com a contra-ofensiva em curso da Ucrânia, que se estendeu por mais de três meses, mas encontrou dificuldades em alcançar ganhos territoriais substanciais, apesar do total apoio ocidental.

Nos últimos dias, o presidente russo, Vladimir Putin, estimou que as baixas militares da Ucrânia ultrapassaram 71 mil pessoas. Além disso, propôs que Kiev pudesse considerar encetar negociações com Moscovo assim que os seus recursos para enfrentar as defesas russas se esgotassem criticamente. A avaliação de Putin enfatizou que a Ucrânia procuraria principalmente conversações para reabilitar as suas capacidades militares enfraquecidas.


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Fonte: mronline.org

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