O presidente Joe Biden fala durante a Cúpula para a Democracia organizada pelos EUA, em 29 de março de 2023, em Washington. | Patrick Semansky / AP

O Brasil se recusou a assinar uma declaração condenando a invasão da Ucrânia pela Rússia. A medida ocorreu durante o Summit for Democracy, um evento virtual organizado pelos Estados Unidos para “renovar a democracia em casa e confrontar autocracias no exterior”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não participou pessoalmente do evento, disse que seu país não apoia o uso da cúpula para tais fins.

Lula, como é universalmente conhecido, disse: “Vivemos um momento de ameaça de uma nova Guerra Fria e de inevitabilidade de um conflito armado.

“Todo mundo sabe quanto custou o primeiro em gastos com armas em detrimento de investimentos sociais. A causa da defesa da democracia não pode ser usada para construir muros ou semear divisões.”

Ele acrescentou: “Defender a democracia é lutar pela paz. O diálogo político é o melhor caminho para a construção de consensos.”

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, condenou as ações dos EUA na cúpula. Ela acusou Washington de tentar “traçar linhas entre os países do mundo de acordo com os critérios dos EUA e interferir em seus assuntos com base nos interesses dos EUA.

“A cúpula é projetada para remendar pequenos grupos em nome da democracia, divulgar a falsa narrativa de ‘democracia versus autocracia’, impor hierarquia na comunidade internacional e criar divisão no mundo.

“A cúpula reflete como os EUA sempre foram arrogantes, intolerantes, egoístas e dominadores e como eles violam e atropelam a democracia como parte dos valores comuns da humanidade.”

A cúpula ocorreu depois que o Brasil e a China concordaram na semana passada em abandonar o dólar americano em transações comerciais em favor do uso de suas próprias moedas.

O acordo permite que os dois países negociem e realizem transações financeiras em yuan chinês ou real brasileiro, em vez de converter dinheiro em dólares americanos.

Embora isso reduza os custos de transação entre os dois parceiros comerciais, também representa um golpe no controle americano das finanças internacionais, que tem sido frequentemente usado para impor sanções a nações como Cuba e Venezuela.

A China ultrapassou os EUA como principal parceiro comercial do Brasil em 2009, respondendo por mais de um quinto de todas as importações e um terço de todas as exportações.

O acordo preliminar para abandonar o dólar americano foi alcançado em janeiro e provavelmente teria sido a peça central de uma visita planejada de Lula à China na semana passada se o presidente brasileiro não tivesse sido acometido por uma pneumonia e forçado a adiar.

Estrela da Manhã

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Fonte: www.peoplesworld.org

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