As zonas húmidas do Pantanal, no oeste do Brasil – famosas como um paraíso da biodiversidade – têm enormes nuvens de fumo a ondular sobre elas desde o início de Novembro, à medida que incêndios florestais violentos estão a reduzir vastas extensões a terra arrasada.

Conhecido por suas paisagens exuberantes e vida selvagem vibrante, incluindo onças, jacarés, araras e macacos, o Pantanal abriga as maiores áreas úmidas tropicais do mundo e, em tempos normais, uma próspera indústria de ecoturismo.

Mas nas últimas semanas, o país foi devastado por incêndios que ameaçam a sua icónica vida selvagem, enquanto o Brasil sofre uma primavera de secas e calor recorde no Hemisfério Sul.

Houve 2.387 incêndios no Pantanal nos primeiros 13 dias de novembro, um aumento de mais de 1.000 por cento em relação a todo o mês de novembro do ano passado, segundo monitoramento por satélite da agência brasileira de pesquisas espaciais INPE.

“A situação está completamente fora de controle. E entre a onda de calor e o vento só vai piorar”, afirma o biólogo Gustavo Figueiroa, 31 anos, líder do grupo ambientalista SOS Pantanal.

“O Pantanal é uma região acostumada com queimadas. Normalmente, ele se regenera naturalmente. Mas tantos incêndios não são normais.”

O país foi duramente atingido pela seca este ano, com áreas normalmente inundadas reduzidas a lagoas murchas.

Num desses pontos ao longo da estrada de terra que atravessa a região, a Transpantaneira, com 150 km de extensão, um pequeno grupo de jacarés pode ser visto tentando nadar em águas rasas.

Perto dali, o cadáver de outro está apodrecendo na margem.

Em outro lugar, um porco-espinho morto jaz sobre um tapete de cinzas nos restos carbonizados do que já foi uma floresta.

“Provavelmente morreu por inalação de fumaça”, diz o veterinário Aracelli Hammann, que é voluntário em um grupo de resgate de vida selvagem.

Eles fizeram a descoberta sombria no parque Encontro das Águas, lar da maior população de onças-pintadas do mundo.

Quase um terço do parque foi atingido por incêndios no mês passado, segundo o grupo ambientalista ICV.

Fonte: www.aljazeera.com

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