Equipes correm para resgatar sobreviventes enquanto as enchentes deslocam 160 mil pessoas no sul do estado do Rio Grande do Sul.

O número de mortos devido às tremendas enchentes no sul do Brasil chegou a 100, disse a agência local de defesa civil, enquanto equipes de emergência continuavam a procurar dezenas de pessoas desaparecidas.

Quase 400 municípios foram afetados depois que dias de fortes chuvas inundaram o estado brasileiro do Rio Grande do Sul.

As enchentes feriram centenas de pessoas e forçaram outras 160 mil a deixar suas casas até quarta-feira, enquanto a autoridade estadual de defesa civil disse que 128 pessoas ainda estavam desaparecidas.

O centro nacional de desastres naturais do Brasil disse que a parte sul do estado corre “alto risco” de mais inundações ao longo do dia.

Afirmou que se espera que as chuvas recomecem e, embora não se espere que sejam significativas em termos de volume, os níveis de água já estão elevados em muitos locais e o solo está saturado.

Muitos residentes não têm acesso a água potável ou electricidade – ou mesmo meios para pedir ajuda devido aos serviços de telefone e Internet estarem indisponíveis em muitos locais.

O governador do estado, Eduardo Leite, alertou no início desta semana que o número de vítimas humanas provavelmente aumentaria à medida que “a emergência continua a se desenvolver” na capital do estado, Porto Alegre, e em outras áreas.

Apenas duas das seis estações de tratamento de água em Porto Alegre – onde vivem cerca de 1,4 milhão de pessoas – estavam funcionando, disse o gabinete do prefeito na terça-feira, e hospitais e abrigos estavam sendo abastecidos por caminhões-tanque.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, prometeu que “não faltarão recursos” para atender às necessidades dos moradores.

“Entendemos a difícil situação financeira enfrentada pelo Rio Grande do Sul”, disse ele em evento em Brasília, acrescentando que queria ter certeza de que o estado receberia “tudo o que tem direito”.

“Ainda não sabemos a dimensão exata das enchentes, isso só ficará claro para nós quando o nível das águas voltar ao normal”, disse Lula.

Cerca de 15 mil soldados, bombeiros, policiais e voluntários trabalharam em todo o estado para resgatar os presos e transportar ajuda.

A Marinha Brasileira também deveria enviar seu navio NAM Atlântico – o maior da América Latina – para o Rio Grande do Sul na quarta-feira com duas estações móveis de tratamento de água.

No Gasômetro, região de Porto Alegre frequentada por turistas, a água continuou subindo na quarta-feira, complicando os esforços de resgate.

“Só é possível atravessar a pé ou de barco. Não há outro jeito”, disse Luan Pas, de 30 anos, à agência de notícias AFP, próximo a uma rua transformada em um rio estagnado e fedorento.

Outra moradora de Porto Alegre, Adriana Freitas, disse ter “perdido tudo”.

“É triste quando vemos a cidade, a nossa casa, no meio da água”, disse Freitas à Reuters. “Parece que acabou, que o mundo acabou.”

Fonte: www.aljazeera.com

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