Um cartaz eleitoral danificado que representa o chanceler social-democrata da Alemanha, Olaf Scholz, em Frankfurt, é representativo dos resultados da centro-esquerda nas eleições da UE. | PA

Os partidos de extrema direita obtiveram grandes ganhos nas eleições para o Parlamento Europeu realizadas de 6 a 9 de junho. Os resultados anunciados no domingo mostraram uma clara mudança para a extrema direita e, em França, levaram o presidente francês, Emmanuel Macron, a convocar eleições parlamentares antecipadas.

A primeira-ministra italiana de extrema-direita, Giorgia Meloni, celebra os ganhos do seu partido nas eleições parlamentares da UE. | PA

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, mais do que duplicou os assentos ocupados pelo seu partido, que é descendente do partido no poder do ditador fascista Benito Mussolini.

E apesar de ter sido perseguida por um escândalo envolvendo os seus candidatos, a Alternativa neonazi para a Alemanha (AfD) reuniu assentos suficientes para ultrapassar os decaídos social-democratas do chanceler Olaf Scholz. A AfD é agora o segundo maior partido da Alemanha no Parlamento Europeu.

No geral, os Democratas-Cristãos continuam a ser o maior grupo no parlamento de 720 lugares e intermediários de facto dos poderes cada vez maiores da legislatura.

Os resultados provisórios mostraram que os democratas-cristãos teriam 189 assentos (aumento de 13), os sociais-democratas 135 (menos quatro) e o grupo pró-negócios Renew 83 (menos 19). Os Verdes caíram para 53, queda de 18.

Indiscutivelmente, o resultado mais perturbador foi o aumento do apoio nas sondagens francesas ao partido de extrema-direita Reunião Nacional de Marine Le Pen.

Ganhou mais de 30%, ou cerca de duas vezes mais que o partido pró-europeu Renew de Macron, que deverá atingir menos de 15%. O resultado em França levou Macron a assumir a enorme aposta de dissolver a Assembleia Nacional do país e convocar eleições gerais para o final deste mês.

Le Pen disse: “Estamos prontos para virar o país, prontos para defender os interesses dos franceses, prontos para pôr fim à imigração em massa”, ecoando o grito de guerra de tantos líderes de extrema-direita noutros países que foram comemorando vitórias substanciais.

O líder dos comunistas franceses, Fabien Roussel, disse que o seu partido colocaria “toda a sua energia na construção de uma ampla frente popular, capaz de levar esperança à esquerda e derrotar a extrema direita”, nas eleições legislativas.

Na Alemanha, o país mais populoso da UE, as projeções indicavam que os eleitores não foram dissuadidos pelos escândalos da AfD, uma vez que subiu para 16%, contra 11% em 2019.

Em comparação, o resultado combinado dos três partidos da coligação governamental alemã mal ultrapassou os 30%.

O Partido Social Democrata, de Scholz, foi humilhado pela AfD, que o ultrapassou e ficou em segundo lugar. Previa-se que os Verdes alemães caíssem de 20% para 12%. Alguns especialistas sugerem que a queda em desgraça se deve em parte ao apoio dos Verdes Alemães à guerra israelita contra os palestinianos em Gaza.


CONTRIBUINTE

Estrela da Manhã


Fonte: www.peoplesworld.org

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